O
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é
celebrado a 10 de Junho, é o dia em que se assinala a morte de Luís
Vaz de Camões em 1580, e também um feriado nacional de Portugal.
Luís
de Camões representava o génio da pátria na sua dimensão mais
esplendorosa, significado que os republicanos atribuíam ao 10 de
Junho, apesar de nos primeiros anos da república ser um feriado
exclusivamente municipal. O 10 de Junho começou a ser
particularmente exaltado com o Estado Novo, o regime instituído em
Portugal em 1933 sob a direção de António de Oliveira Salazar. Foi
a partir desta época que o dia de Camões passou a ser festejado a
nível nacional. Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era
conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último
epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional do
Jamor em 1944. A partir de 1963, o 10 de Junho tornou-se numa
homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra
e do poder colonial. Com uma filosofia diferente, a Terceira
República converteu-o no Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas em 1978.
“Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões, Sonetos
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